segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Aconselhamento e Orientação

Criei esse blog para que você possa compartilhar seus problemas, dificuldades ou duvidas sobre relacionamentos amorosos, familiares e profissionais. E até mesmo sobre a maneira como você se relaciona com você mesmo, pois isso vai influenciar diretamente a qualidade de suas interações sociais e os resultados que obtêm na sua vida.
Fale um pouco do seu problema e da sua situação, faça suas perguntas e tire suas dúvidas. Terei o prazer de lhe responder em tempo recorde.

Luiz Torrano
Psicólogo e Personal Coach

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O amor é para todos!

Considere a seguinte pesquisa que indica como é relativamente fácil encontrar pessoas que aceitam um convite direto para um encontro amoroso. Essa pesquisa foi realizada pelos professores Russell D. Clark III e Elaine Hatfield, no campus da Universidade Estadual da Flórida, em 1978. Nesta pesquisa, nove estudantes universitários (5 mulheres e 4 homens) apresentaram convites para colegas desconhecidos que encontravam no campusdesta universidade. Estes nove estudantes tinham aproximadamente 22 anos de idade, estavam vestidos informalmente e com elegância e tinham um nível médio de beleza.
Estes estudantes foram instruídos para só abordar colegas que achassem atraentes, com os quais estariam inclinados a desenvolver um relacionamento amoroso, caso isso fosse possível. As mulheres abordaram homens e os homens, mulheres. Estes nove estudantes abordaram 96 colegas do sexo oposto (48 mulheres e 48 homens).
Ao abordar os colegas, os estudantes faziam uma breve introdução ("Já notei você anteriormente aqui no campus. Acho você muito atraente”) e apresentavam um tipo de convite para o colega abordado. Havia três tipos de convites:
1- Convite para um encontro.
2- Convite para ir ao apartamento do convidador.
3- Convite para dormirem juntos.
O tipo de convite que era apresentado em cada abordagem era sorteado de antemão. O evento especificado no convite era para acontecer na mesma noite do dia em que era apresentado.
Esta pesquisa foi refeita, nesta mesma Universidade, em 1982, de acordo com este mesmo procedimento experimental. Os resultados destas duas pesquisas foram muito semelhantes e, por isso, foram unificados para fins de apresentação neste artigo.
Os resultados dessa pesquisa mostram, de forma muito clara, o alto grau de sucesso que as mulheres tiveram quando formularam os três tipos de convites: a menor percentagem média de aceitação dos convites apresentados por elas foi de 50% (convite para um encontro). A maior percentagem média de aceitação dos convites apresentados por elas foi de 72% (convite para dormir juntos).
Os homens, por outro lado, só foram bem-sucedidos quando convidaram as mulheres para um encontro (53% de aceitação). Para os outros tipos de convite, as percentagens de aceitação dos seus convites foram muito pequenas (3% para ir ao apartamento) ou nulas (0% para dormir juntos).
Os níveis de sucesso de homens e mulheres só foram semelhantes quando o convite era para um encontro: 53% dos homens e 50% das mulheres convidados aceitaram este convite.
Interessa destacar neste artigo, as percentagens surpreendentemente altas de aceitação dos convites diretos para um encontro apresentados para pessoas desconhecidas (cerca de 50% de aceitação). Esta grande percentagem indica que este tipo de convite é muito eficaz para iniciar relacionamentos amorosos. Caso estas percentagens representem os níveis de receptividade amorosa em outras situações da vida real, seria muito fácil arranjar parceiros para encontros. Bastaria convidar desconhecidos. De cada dois convites haveria, em média, uma aceitação. Este grau de sucesso é ainda mais surpreendente se lembrarmos de que as pessoas que aceitaram os convites eram tão ou mais atraentes do que aquelas que os convidaram.
Uma das razões pelas quais estes convites diretos tiveram este alto grau de sucesso é que foram formulados no campus de uma universidade. Locais deste tipo têm particularidades que facilitam a aceitação deste tipo de convite (menor medo de assalto, clima psicológico mais liberal, etc.)
Infelizmente ainda não existem pesquisas que avaliem o sucesso destes três tipos de convite quando os convidados e convidadores são pessoas conhecidas entre si.
Mais recentemente realizei algumas enquetes que confirmam esta facilidade para marcar encontros: não exigimos nenhum pretendente com qualidades excepcionais. Quando estamos disponíveis exigimos apenas alguém com características semelhantes ou um pouquinho melhores do que as nossas.
Vamos ver agora, outros argumentos que confirmam esta impressão de facilidade para o envolvimento em um relacionamento amoroso.

Boas notícias
Sabe aquelas listas de atributos positivos que são desejados em um parceiro amoroso? Realmente elas incluem qualidades positivas e desejáveis. No entanto, possuir todas elas não é condição necessária nem suficiente para nascer o amor. Pelo contrário, é muito raro encontrar pessoas que tenham tantas qualidades e tão poucos defeitos.
Quase todos mundo se preocupa porque não tem o corpo tão bom quanto dos modelos que aparecem na televisão, não se veste como os artistas que estão todos os dias nas novelas e nos filmes, não é tão carismáticoe tão poderoso como gostaria!
Se essas qualidades fossem necessárias para despertar o amor das pessoas que nos interessam, só os mais aquinhoados seriam correspondidos e a outra grande maioria das pessoas do nosso planeta viveríamos sós, seríamos frustrados ou estaríamos envolvidos em relacionamentos sem amor, “de consolo”, só para não ficarmos sós. Claro que não é isso que acontece. Em uma enquete internacional noventa por cento das pessoas aqui do Brasil declararam que não se casariam sem amor, mesmo que o pretendente tivesse todas as qualidades desejadas.
Mais da metade das pessoas que participaram de outra enquete realizada no nosso país também declaram que estavam amando. Como há indícios que o amor só nasce e perdura quando existem esperanças de que ele é, ou pelo menos, pode vir a ser recíproco, essa enquete indica que ser correspondido é a regra e näo a exceção.
Raras pessoas se apaixonam porque foram correspondidas por alguém que possui qualidades excepcionais. Isso geralmente só acontece com aqueles que também possuem qualidades excepcionais. Uma evidência neste sentido: perguntei para pessoas dezenas de pessoas casadas se elas tinham se apaixonado e casado com as pessoas mais admiradas com as quais conviviam na época que começaram o namoro com o cônjuge. A grande maioria respondeu que não. Claro que não. Essas pessoas são raras e tendem a se ligarem em outras pessoas excepcionais como elas próprias.

Universalidade das parcerias amorosas
Fatos que atestam que amar e ser correspondido está ao alcance de quase todo mundo:
- Existem estimativas que mais de 90% das pessoas do nosso planeta se casam pelo menos uma vez na vida. Muitos daquelas que não se casam têm sérios impedimentos psicológicos (“doenças mentais”) ou físicos.
- Mais da metade das pessoas de diversos países se declaram apaixonadas no momento que é realizada a enquete.
- Existem mecanismos que atenuam os defeitos e exacerbam as qualidades daquelas pessoas com quem convivemos (filhos, amigos, amantes). Por exemplo, as pessoas divergem mais quando julgam a beleza de conhecidos do que a de desconhecidos. Nunca achamos tão feias as pessoas que gostamos. Os nossos filhos e parentes e amigos são sempre, no mínimo, “engraçadinhos” ou “graciosos”. Esses mecanismos ajudam a perceber mais qualidades e menos defeitos naquelas pessoas que gostamos.
- Os ingredientes do apaixonamento estão, em boa parte, em quem se apaixona e não em quem é objeto da paixão. Por exemplo, muitas pessoas se apaixonam à primeira vista, quando ainda só possuem pouquíssimas informações sobre o objeto da paixão. Isto acontece muito na internet e nas baladas.
- As pessoas já possuem muitos atrativos para outras pessoas. A natureza perenizou nos seres humanos diversos atributos físicos e comportamentais que servem para atrair os semelhantes. Por exemplo, as mulheres e homens possuem formatos de corpo que são atraentes durante boa parte de suas vidas. Em algumas espécies, os parceiros só ficam atraentes na época do cortejamento e depois, desaparecem os atributos que causavam esses efeitos (colorações, odores, comportamentos, etc.).
- Tendemos a nos apegar às pessoas com quem convivemos. Por exemplo, geralmente ficamos amigos dos colegas de escola.

O amor pode ser despertado através do convívio
O amor geralmente é despertado através do convívio e não através do exame objetivo de listas de qualidades e defeitos. O convívio apropriado libera forças que podem levar à amizade ou ao apaixonamento (infelizmente certos tipos de convívio também podem despertar sentimentos negativos ou neutros)
No caso amoroso isso ainda é demonstrado da forma mais dramática: podemos gostar de muitas qualidades de uma pessoa, mas que, ainda assim, não conseguirmos nos apaixonar por ela e, ao contrário, podemos não gostar de muitos defeitos de uma pessoa e nos apaixonarmos por ela. Geralmente nos apaixonarmos por pessoas que não são nada excepcionais (quando nos apaixonamos achamos, sim, que elas são excepcionais).
A boa noticia é que quase todo mundo se apaixona, é correspondido e acaba se casando com alguém da sua escolha. A conclusão óbvia, portanto, é que não é necessário ser excepcional para amar e ser amado!
Por Ailton Amélio
Artigo extraído do Blog do Ailton Amélio

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Luiz Torrano:O seu Consultor Pessoal

RELACIONAMENTOS
- Melhorar a qualidade dos seus relacionamentos e suas habilidades de conquista e sedução.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PESSOAL
- Aprenda a estabelecer e cumprir metas de forma efetiva e seja um realizador
AUTOCONHECIMENTO
- Conheça seus pontos fortes, seus valores, suas motivações, a maneira como funciona, ampliando, desta forma, suas possibilidades, melhorando suas escolhas e qualidade de vida
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
- Nenhum problema é impossível de ser resolvido, aprenda técnicas de resolução de problemas e desenvolva suas capacidades de tomar decisões
DOMÍNIO PESSOAL
- Aprenda a controlar suas emoções e a mudar comportamentos e hábitos que te prejudicam

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Psicoterapia e Coaching

Coaching no divã: o impacto das ferramentas de Coaching na psicoterapia
RedePsi [redepsi]

Autor: Nilson Redis

O objetivo deste artigo é analisar estudos que demonstram a relação entre processos de coaching e psicoterapia e as contribuições das ferramentas de coaching em determinados estágios dos processos terapêuticos.


Em função da crescente procura pelos processos de coaching iniciaram-se pesquisas para comprovar a eficácia desta técnica. Este artigo se baseia na pesquisa “The impact of life coaching on goal attainment, metacognition and mental health”, 2003, conduzida por Anthony M. Grant, fundador e diretor do Coaching Psychology Unit, da Universidade de Sydney, Austrália, além de outras fontes citadas no final do texto.
Neste estudo comprovou-se a eficácia de um processo de coaching de vida com contribuição para o efetivo desenvolvimento pessoal e na busca de metas dos participantes da pesquisa. Porém, este estudo revelou outras conclusões relacionadas à saúde mental e qualidade de vida destes indivíduos, as quais se destacam:
- Os participantes indicaram que os níveis de depressão, estresse e ansiedade foram reduzidos;

- Relataram uma melhora na qualidade de vida;

- Aumento dos insights;

- Re
dução dos níveis de compulsão por idéias paralisantes;

A conclusão da pesquisa apontou evidências de que um programa de coaching pode melhorar a saúde mental e qualidade de vida de um indivíduo. Com base neste pressuposto, a proposta é estender a utilização das técnicas de coaching em processos terapêuticos, onde o psicoterapeuta identifique oportunidades para agregar valor ao tratamento.





Neste artigo serão analisadas as diferenças entre coaching e terapia, os fundamentos do coaching e a contribuição das suas ferramentas em processos de mudança comportamental.

Coaching não é terapia
É comum a confusão entre coaching e terapia porque em algumas situações as competências dos terapeutas e dos coaches são muito parecidas, entretanto existem diferenças básicas. Normalmente se busca a terapia para resolver distúrbios e comportamentos emocionais e o foco, muitas vezes, esta no passado.
Em contraste com a terapia, o coaching é uma jornada em busca de sonhos, satisfação na vida e melhora da performance através da exploração do potencial do indivíduo. O coaching é procurado por pessoas que querem ajuda para atingir suas metas, sejam elas pessoais ou profissionais, e para isso re-examinam seus pressupostos em busca de novas opções e caminhos para atingir seus objetivos. Outro fator importante é que o Coaching trabalha do presente para o futuro. Ele só vai ao passado quando o cliente necessita de algum recurso ou habilidade que já usou antes e agora precisa novamente.

Coaching, um processo distinto e diferenciado de apoio as pessoas
O coaching utiliza ferramentas que levam ao autoconhecimento, permitindo criar escolhas e caminhos que levam a mudança. Desta forma ele combina conceitos oriundos da terapia cognitiva comportamental, psicologia positiva, inteligência emocional, filosofia, mentoring, management, pensamento sistêmico e na programação neurolinguística tornando-se uma disciplina diferenciada e única.
Da mesma forma que o coaching construiu ferramentas com base na sua evolução e junto a outras disciplinas o inverso também ocorre, ou seja, a utilização de ferramentas de coaching na psicoterapia em complementaridade aos processos terapêuticos.

Da teoria a prática: como as ferramentas de coaching podem contribuir com a psicoterapia

• As técnicas de comunicação do coaching

Um exemplo da contribuição do coaching para a psicoterapia é em relação às habilidades de comunicação do coach.

No coaching as técnicas de comunicação junto ao cliente, inclusive as não verbais, são partes do processo. Na metodologia o coach não dá respostas, mas estimula a reflexão através de perguntas. Neste processo a comunicação não verbal é fundamental, pois através da postura do cliente acessa-se a estados emocionais internos.
Desta forma a checagem entre a congruência emocional e postural do cliente é importante, pois ela aponta se o conteúdo expresso esta alinhado.

* Sistemas representacionais
De acordo com Joseph O´Connor, “Assim como vemos, ouvimos, sentimos sabores, tocamos e cheiramos o mundo exterior, também recriamos estas mesmas sensações em nossas mentes, re-apresentando o mundo a nós mesmos através do uso interno de nossos sentidos. Podemos nos lembrar de experiências passadas, ou imaginar experiências futuras possíveis (ou impossíveis). Você pode se imaginar correndo para pegar um ônibus (imagem visual lembrada) ou correndo pelos canais de Marte vestido de Papai Noel (imagem visual construída). A primeira terá acontecido. A segunda, não, mas você pode representar ambas.”

Isto significa que podemos representar as duas imagens usando nossos sistemas representacionais, que são o cinestésico, visual, auditivo, olfativo e gustativo.

Cada um de nós tem um sistema representacional preferido e o exemplo abaixo pode ilustrar claramente.

> Situação: “Eu não compreendo”
> Traduções para sistemas representacionais:

- “Estou no escuro” – Sistema Representacional Visual
- “Isto tudo é grego para mim” - Sistema Representacional Auditivo
- “Não consigo captar isso” - Sistema Representacional Cinestésico


* Aplicação na psicoterapia dos sistemas representacionais
Identificar e lidar com os sistemas representacionais são habilidades que podem ser desenvolvidas e contribuem para a psicoterapia no momento que o profissional que possui estas competências utiliza o sistema representacional para melhorar sua empatia com o paciente estabelecendo uma comunicação mais fluente e produtiva.

Quando o cliente relata uma emoção ou um fato racional, quais são os sistemas predominantes envolvidos? O psicoterapeuta identificando o sistema representacional dominante poderá acessar com maior empatia o significado daquela emoção, inclusive fazendo perguntas dentro do mesmo sistema.

• A otimização do tempo e a promoção de insights

No processo de coaching quem tem as respostas são os clientes. Cabe ao coach ter habilidade de fazer boas perguntas direcionadas ao objetivo do cliente e como alcançá-los.
Com base neste pilar do processo de coaching desenvolve-se a questão de foco no que é relevante para alcance do objetivo e como conseqüência há otimização do tempo.

Estas técnicas normalmente são utilizadas junto com processos de representações gráficas de como a pessoa se vê, entende seus recursos e imagina seus pontos fortes. Aliando-se estes desenhos e gráficos, permite em muitos casos além dos insights, a identificação na congruência dos desejos e comportamentos de cada paciente mantendo o foco nos pontos relevantes.

• Relação entre a compulsão por idéias e o insight

A pesquisa da Universidade de Sidney, apontada no início do artigo, revelou também que houve um decréscimo nos níveis de compulsão por idéias, enquanto o número de insights aumentou. Estes resultados indicam que índices de compulsão por idéias elevados podem levar a uma auto-centrada ruminação paralisante, ao invés de uma contribuição ao processo reflexivo associado à busca de objetivos.
O estudo também sugeriu que enquanto os indivíduos estão focados no seu processo para alcance das metas, tornam-se menos engajados na compulsão de idéias paralisantes, tendo maior número de insights.
Outra implicação deste estudo é que o excessivo enfoque na análise de idéias pode ser contraproducente em termos de alcance dos objetivos. O uso do processo de coaching com metas claras pode ser útil para contrariar tendências de idéias paralisantes prolongadas, principalmente pela questão metodológica, pois enquanto a psicoterapia normalmente é orientada para o processo, o coaching é orientado para os resultados.

A questão que a excesso de análise de idéias pode levar a depressão também fez parte de outro estudo do professor Paul Verhaeghen, PhD, e sua equipe na Syracuse University Psychology, de 2005, nos Estados Unidos, que estudaram a relação entre criatividade e depressão. A depressão é associada à inatividade, dificuldade de concentração e a vontade de ficar o tempo todo na cama, o que parece ser o contrário da criatividade, mas as pessoas depressivas são mais propensas a meditar e auto-refletir em excesso, o que torna a depressão uma variável intermediária, dado que a auto-ruminação também pode levar os indivíduos a gerar um grande número de idéias criativas.

Ou seja, a partir do momento que se cria através do processo de coaching um trabalho focado, alinhado com valores, com consciência das escolhas e estímulo a ação, pode contribuir também com redução dos níveis de depressão.

Esta questão tem uma longa tradição na própria psicoterapia, remontando Carl Rogers e, antes dele, a Otto Rank, que afirmaram que a perspectiva de uma data de término geralmente pré-estabelecida aumenta a eficiência da terapia. E a própria possibilidade desta data de término acaba contribuindo para um maior foco durante o processo.


O convite a ação. O estímulo no processo terapêutico
Um dos pressupostos do coaching é “Se quer entender, faça”, ou seja, o aprender esta no fazer. Por isso todas as sessões de coaching terminam como uma ação normalmente de iniciativa do próprio cliente, um pequeno passo normalmente em direção da mudança que ele quer fazer.
Acontece, porém que este pequeno passo tem proporções maiores pelo significado que ele possui. Ele pode representar à volta a confiança, uma melhora da auto-estima, a sensação de viver algo que ele sempre desejou, enfim, este pequeno passo pode desencadear fortes estímulos para alcance dos objetivos que a pessoa deseja.
No processo terapêutico estes pequenos passos podem ter influência em várias patologias emocionais, como por exemplo, a depressão. É claro que estas técnicas não resolvem o problema, já que muitas vezes trata-se de origem química, e psicológica, porém à medida que estes pacientes têm mais claros seus objetivos e percebem sua evolução, fortalecem-se a autoconfiança e auto-estima, componentes fundamentais no processo de melhora das patologias.

• Dois relatos de atendimento simultâneos com psicoterapia e coaching
Relatamos dois casos de pacientes que estavam recebendo atendimento tanto psicoterapêutico quanto de coaching simultaneamente. No primeiro caso, a dependência química a depressão vinha sendo tratada com medicamentos e terapia. No processo de coaching buscou-se focar em situações de satisfação e bem estar na vida, que estavam diretamente ligadas à redução da dependência química. Com pequenas metas e um objetivo maior em longo prazo o cliente conseguiu sensíveis melhorias em seu processo terapêutico, reduzindo de forma significativa a dependência química e como efeito complementar contribui para redução dos níveis de depressão.
No segundo caso o tratamento foi realizado por uma psicoterapeuta com supervisão de um coach. O paciente havia feito a formação em uma área acadêmica, mas estava com medo de exercê-la. Estava questionando sua capacidade e merecimento. A técnica utilizada foi à mesma de atribuição de tarefas feitas pelo próprio paciente. À medida que foi realizando estas tarefas o paciente começou a ver cenários que não imaginava e o mais importante, começou a se ver dentro destes cenários atuando. E o objetivo traçado foi alcançado e o paciente esta trabalhando na área desejada.

Conclusão
A grande contribuição do Coaching é ajudar as pessoas no auto-desenvolvimento. Neste processo cria-se uma série de ações que movem e estimulam descobertas e formas de ver a vida diferente, com novas perspectivas e principalmente com foco em pontos relevantes, consciência das escolhas e motivação para ação.
Desta forma o conhecimento das técnicas de coaching pelos psicoterapeutas e profissionais da saúde, passa a ser uma ferramenta indispensável para todos que desejam se atualizar na busca do que existe de melhor para seus pacientes.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Felicidade

Será difícil ser feliz?


Um dos clássicos da psicologia moderna é o livro de Mihaly Csikszentmihalyi que em português levou o título FLUIR. Csikszentmihalyi era então (1990) professor de Psicologia e Educação da Universidade de Claremont (USA) e membro da Academia Nacional de Educação dos Estados Unidos.


Em FLUIR, o autor fala dos "estados de experiência óptima", "os estados em que uma pessoa desfruta verdadeiramente de alguma coisa ou em que se concentra activamente numa tarefa, a ponto de se esquecer de tudo o resto". Também conhecido como "estado de atenção fascinada" ou "estado de fluxo" representa uma fonte de energia para enfrentarmos com mais vigor e entusiasmo os desafios da vida.

Numa época em que tantos livros de auto-ajuda nos tentam apontar caminhos para a descoberta da felicidade esta obra é seguramente uma das mais completas e acessíveis com a vantagem adicional de ter um fundamento cientifico (o que nem sempre acontece com muitos livros de auto-ajuda de autorias duvidosas).

Livro destinado ao público em geral, FLUIR resume em quase 400 páginas de agradável leitura mais de 20 anos de" investigação sobre os aspectos positivos da experiência humana - a alegria, a criatividade, e o processo de envolvimento total com a vida a que chamei fluxo"- diz o autor.
Csikszentmihalyi descobriu, por exemplo, que a felicidade não acontece. Não resulta da sorte ou do acaso. É, sim, "um estado que cada um tem de preparar, cultivar e defender. As pessoas que sabem controlar a experiência interior conseguem determinar a qualidade das suas vidas, que é o máximo que se podem aproximar do "ser-se feliz".

A felicidade resulta então de um envolvimento profundo com cada pormenor das nossas vidas, bom ou mau. Não é tentando procurá-la directamente que a conquistamos da mesma maneira que procurar o sucesso não garante que este seja alcançado. Então como proceder?

Diz Csikszentmihalyi: "Os meus estudos do passado quarto de século convenceram-me de que há uma maneira. Trata-se de uma via circular que começa por conseguirmos controlar o conteúdo da nossa consciência".
Como então? Resposta: "A nossa percepção das vidas que temos resulta de muitas forças que modelam a nossa experiência, cada uma influenciando a nossa boa ou má disposição. A maioria dessas forças transcendem o nosso controlo. Não há muito a fazer quanto ao aspecto físico, ao temperamento ou à nossa constituição. Não podemos decidir - pelo menos por enquanto - a altura que atingiremos ou a beleza de que seremos dotados. Ou seja, há muitos factores a que atribuímos muita importância para a nossa felicidade mas que estão fora do nosso controlo.

"Contudo - escreve Csikszentmihalyi, - todos passamos por períodos em que, em vez de sermos esbofeteados por forças anónimas, sentimos que controlamos as nossas acções, que somos donos do nosso próprio destino. Nas raras situações em que tal acontece, temos uma sensação de enorme alegria, uma sensação profundo de gozo que guardamos longa e carinhosamente e se torna um marco na memória de como deveria ser a vida. É a isto que chamamos de "experiência óptima".

Estudos levados a efeito em diversos pontos do planeta levaram a equipa de investigadores de Csikszentmihalyi a verificar que estes estados podem ser vividos por qualquer pessoa, rica ou pobre, negra ou branca, jovem ou idosa.
Estes estudos, que foram iniciados na Universidade de Chicago, prolongaram-se depois por outros países e envolveram muitos cientistas da Alemanha, Itália, Japão e Austrália. Descobriu-se, por exemplo, que a vivência frequente de "estados de fluxo" não só contribui para a felicidade como também para a saúde e a longevidade.

Já o médico Deepak Chopra descobrira que "as pessoas que têm melhores resultados em qualquer empreendimento da vida geralmente seguem um padrão para administrar os seus desejos sem lutar indevidamente com o meio ambiente (os factores externos) colocam-se no fluxo".

O doutor Csikszentmihalyie defende que as pessoas devem tentar desenvolver uma personalidade "autolética", isto é, devem aprender a saber transformar as ameaças em desafios para poderem conservar a sua harmonia interior.
Para desenvolver tal personalidade são apenas necessárias quatro coisas:

1º definirmos objectivos claros a alcançar na vida e desenvolver competências para os atingir;
2º deixarmo-nos imergir pela actividade, ou seja, envolvermo-nos profundamente naquilo que fizermos;
3º prestarmos atenção ao que se passa à nossa volta, ou seja, concentração para nos podermos envolver tal como fazem os atletas de alta competição;
4º aprendermos a desfrutar da experiência imediata mesmo quando as condições são brutais e adversas.

Um alerta: o excesso de estímulos da vida actual (sons, luzes, imagens, etc) impedem o estado de fluxo porque a energia psíquica é demasiado fluida e errática. Pela mesma razão, a insegurança, a ansiedade e o egocentrismo excessivos impedem-nos de o alcançar. São entraves que se localizam no interior das pessoas.

Seria magnífico que a educação actual apostasse em ensinar às nossas crianças a desenvolverem personalidades autoléticas. Seriam mais felizes e mais tranquilas. E haveria menos queixas de hiperactividade nas escolas, desatenção, desmotivação, insucesso e ansiedade.

Como já escrevi anteriormente, uma lenda indiana diz que Deus escondeu a felicidade no sítio mais inacessível do Universo: não no fim do Mundo, não na montanha mais alta, nem tão pouco nos abismos marinhos. Escondeu-a dentro de nós mesmos. É lá que ela reside desde que nascemos e por isso quanto mais nos concentramos no mundo que nos rodeia menos somos capazes de perceber que o nosso bem-estar, o nosso equilíbrio, a nossa harmonia, enfim, a nossa Felicidade está cá dentro, tem de vir de dentro para fora e não no sentido contrário. Por muito que olhemos ao espelho não a detectamos. Por muito que aprendamos nos livros não a descobrimos ali. E, assim, distraídos numa sociedade que é cada vez mais cheia de imagem e cor, não nos ocorre que as primeiras e mais importantes aprendizagens devem ser acerca de nós próprios.

Então, o auto-conhecimento seria pois o primeiro passo para a conquista da Felicidade. De outra forma, acontecerá o que o filósofo Voltaire vaticinava: "sabemos que a felicidade existe mas não conseguimos dar com ela".

terça-feira, 23 de março de 2010

Vôo de Renovação da Águia

De todas as aves, a águia é a espécie de maior longevidade. Elas chegam a viver setenta anos, mas para atingir essa idade, aos quarenta anos elas têm que tomar uma difícil decisão: a da sua renovação. Nessa fase da vida, as suas unhas já costumam estar compridas demais e muito flexíveis, o que lhes dificulta a captura de presas para a sua alimentação e subsistência. O seu bico também, que antes era alongado e pontiagudo, inicia agora um processo irreversível de encurvamento e, além disso, as suas asas também já se encontram envelhecidas e pesadas, em função da grossura das suas penas. E nessa fase da vida, voar já é uma tarefa extenuante e difícil para ela e é então que ela percebe que só tem duas alternativas: morrer ou enfrentar um doloroso processo de renovação que dura aproximadamente 150 dias. E é isso que ela escolhe: um processo de renovação que consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão de pedra, onde ela não necessite voar e então, depois de encontrá-lo, ela começa a bater com o bico no paredão até arrancá-lo por completo, após o que, ela espera pacientemente pelo nascimento de um novo bico, com o qual arrancará, uma a uma, todas as suas velhas unhas. E quando lhe nascem as novas unhas, ela passa então a arrancar, com elas, as suas velhas penas., o que dura aproximadamente cinco meses, após o que ela sai para o vôo da renovação, pronta para viver por mais uns trinta anos ...


Assim como a águia, o ser humano também vive momentos em que necessita passar por um processo de renovação. Seus pensamentos, suas emoções e suas atitudes já não satisfazem seus objetivos de vida. Da mesmo forma, como o bico e as garras da águia que já não eram mais tão afiados e nem suas penas capazes de produzir um vôo majestoso , as ações e os pensamentos que estão distorcidos resultam em desequilíbrio e numa vida limitante para a pessoa. Desta maneira, o indivíduo produz resultados insatisfatórios, reforçando crenças e sentimentos negativos, o que o mantém preso num ciclo de padrões disfuncionais.
Então, se faz necessário renovar sua principal arma, que é sua própria mente, destruindo crenças desadaptativas e construindo novos esquemas mentais.
Através do cultivo de novos pensamentos e atitudes amplia-se o leque de estratégias e habilidades comportamentais , possibilitando dessa forma , experimentar sentimentos mais positivos.
Mas para que se torne possível e efetivo tal processo a pessoa tem que tomar consciência de que será necessário livrar-se de antigos hábitos e padrões mentais. E, assim como a águia, aceitar o desafio de voltar-se para si mesmo e trabalhar na tarefa de pouco a pouco destruir todo e qualquer resquício de pensamentos e comportamento que não mais lhe servem. Proporcionando para si, todos os dias durante um certo período, um local e um momento para trabalhar na extinção de tudo que não esteja de acordo com seus objetivos a partir de agora. Conseqüentemente cria-se um espaço em sua mente para o registro de novos conteúdos mentais que estejam alinhados com o seu propósito de vida. Conteúdos esses, que se bem explorados se desenvolverão tornando-se poderosas armas, como garras mais fortes e afiadas para alcançar resultados realmente satisfatórios.
Nesse momento é muito importante estar com a mente aberta, disposto a assumir a responsabilidade necessária, trabalhando persistentemente para colher os frutos de uma vida renovada, mais próspera e mais feliz.

Luiz Torrano
Edemar Zardo